Nanã é a Orixá mais velha, a que tem mais sabedoria, a mais respeitada. Ela é avó, dona do barro com o qual Obatalá fez os humanos. A terra de Nanã recebe os mortos. Ela tem sabedoria e justiça, em seu reino tinha o cargo de juíza.
É uma das criadoras do mundo e o mantém com sua posição hierárquica semelhante à de Oxalá. É uma figura controvertida, pois aparece às vezes vingativa e perigosa e em outros momentos sem poderes, triste e relegada a um segundo plano.
Nanã habita o fundo do Mar, os pântanos e os brejos, está também nos poços profundos. Seu elemento principal o barro, mas a terra pode ser também um elemento considerado dela. Sua cor é o violeta claro, o lilás.
Uma lenda também conta que Nanã só julgava os homens, pois ela colocava as mulheres acima do julgamento humano. Ela plantou um jardim e quando uma mulher reclamava de seu homem, ela o pendurava numa árvore e chamava os Eguns, espíritos desencarnados, para assustá-lo. Os Orixás estavam revoltados, então Ogum pediu a Oxalá para ir dominar Nanã. Ele enfeitiçou Nanã e fez com que ela lhe mostrasse seu jardim. Nanã adormeceu e Oxalá vestiu-se de mulher, fugindo dos Eguns. Nanã acordou e foi atrás de Oxalá, enfeitiçando-o e seduzindo para sempre o Orixá maior. Dessa união nasceu Oxumaré, o Arco - Íris e também Iroko e Omulu.
O sincretismo ligou Nanã a Sant'Ana, a Mãe de Mossa Senhora, esposa de São José, festejada em 26 de julho.

Quando dança no terreiro de Candomblé ela se curva, qual uma velha ao peso dos anos com gesto de quem segura no regaço uma criancinha. Sua dança é lenta.
Essa Orixá adora crianças e animais, é calma e trabalha como se tivesse pela frente a eternidade. Para pedir um favor a Nanã, pode-se fazê-lo através de seu filho Omulu. Ele foi abandonado pela Mãe quando criança, mas perdoou-a e não lhe nega pedido algum.
Outra lenda conta que Oxalá ia casar com Nanã, mas um dia ele foi à Praia e na beira do Mar encontrou Yemanjá. Essa Orixá, linda e envolvente, seduziu Oxalá, que ficou em sua companhia. Nanã sofreu muito quando Oxalá voltou e lhe contou que não podia viver em Yemanjá, mas Ele também disse a Nanã que ainda a amava. Ela não se queixou e deixou o noivo ir. Yemanjá é enganadora e fingida e fez muitas a Oxalá, até que ele não quis mais saber dela e voltou para Nanã. Arrependido, Ele lhe disse que o Mar o chamava, mas era no Barro que estava Seu céu. Nanã perdoou Oxalá e também Yemanjá.
O dia de Nanã é a terça-feira, mas domingo também pode ser considerado. A saudação para ela é "Saluba, Nanã!".
Nanã não tem filhos, apenas as mulheres são filhas dessa Orixá.
No Tarô Ela pode ser relacionada com o Arcano II: a Papisa. ambas contêm o princípio feminino da intuição, além das qualidades de sacerdotista. Uma certa frieza e distância afetiva caracteriza as duas, além de uma tedência à passividade frente aos acontecimentos.
A palavra-chave de Nanã é restrição.

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Fonte: Conheça Seu Orixá
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